Esoterismo???

"in gato fedorento"....

ASTRÓLOGOS DE PORTUGAL. UM GUIA: Quantas vezes pensou em consultar um astrólogo mas não se sentiu capaz de eleger o melhor, de entre a vasta oferta de profissionais do ramo a trabalhar em Portugal? Nenhuma? Pois bem, nesse caso, este guia ser-lhe-á completamente inútil. Empreendi um profundo estudo de mercado e cheguei a algumas conclusões. Há, em Portugal, cerca de uma dezena e meia de astrólogos que publicitam o seu ofício nos jornais. Como separar o trigo do joio? Desde logo, através do grau académico. Há cinco professores (o professor Tounkara, o professor Bubacar, o professor Djabula, o professor Kaba e o professor Alage) e outros tantos profs. (o prof. Guirassy, o prof. Djaquité, o prof. Fofana, o prof. Karamba e o prof. Sidibé). Que razão está por detrás da abreviatura, num caso, e da designação por extenso, no outro? Impossível saber. Um professor, na sua extensão imponente, é mais do que um prof.? Ou, pelo contrário, o prof. atingiu um patamar de fama e qualidade profissional de tal ordem que se dá ao luxo de avançar apenas com uma sugestão abreviada do seu grau académico? É questão que desconcerta, sobretudo quando somos confrontados com outros títulos, como o de um enigmático mestre Cisse ou de um singelo doutor Pedro. Sobra ainda a astróloga Maria da Fé (que não tendo, aparentemente, concluído ou frequentado os estudos, exerce a profissão como os outros, o que pode indicar que estamos na presença de uma intuitiva) e o inclassificável professor-padre-astrólogo-vidente Molana Ibrahim.
Avancemos para outras características: três destes profissionais são astrólogos – curiosamente, todos professores (Noba, Bubacar e Alage) –, no que contrastam com o professor Tounkara, que é “grande astrólogo”. Há quatro “astrólogos-médiuns” (Fofana, Kaba, Karamba e Cisse, embora este último acumule o título de “grande cientista”), um “grande vidente” (Guirassy) e um “grande médium vidente” (Djaquité). Quatro destes homens prometem “sucesso onde outros falham” (Tounkara, Bubacar, Kaba e Fofana), o que sugere – para surpresa, estou certo, do público em geral – que, de vez em quando, este tipo de profissional falha. Seis astrólogos resolveram sublinhar, nos anúncios que publicaram, que são africanos (Bubacar, Alage, Cisse, Kaba, Karamba e Fofana), evitando assim que alguém leia os seus nomes e olhe para as suas fotografias e os tome por escandinavos.
Muito mais haveria a assinalar, mas, por falta de espaço, vejo-me forçado a precipitar o conselho final: a escolha deve ter em consideração, sobretudo, o grau de ridículo do nome do vidente. Por melhor que seja o astrólogo, ninguém quererá confidenciar a um amigo: “Lembras-te daquele meu problema? Foi resolvido pelo Prof. Fofana.” Ou: “Devo a minha vida ao Prof. Sidibé.” Mais vale comprar uma boa garrafa de whisky e beber um copo ou dois. Há problemas que desaparecem quase imediatamente.

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