Ganhar com a morte de outros

Ao longo da História é bem sabido que a morte de uns trouxe lucros e vantagens para outros.
Aliás, essa ferramenta (a morte) foi bem utilizada pelas classes mais previligiadas durante a revolução industrial com finalidades bem economicistas, por isso esta noticía que aqui trago não me surpreende (apesar de me incomodar):

"O maior banco privado alemão, Deutsche Bank, vendeu um fundo de seguros de vida que consiste em apostar na morte de pessoas, lucrando mais se estas morrerem mais cedo, noticia o jornal Süddeutsche Zeitung."

Este é o título duma notícia que li no Público Online e que confesso me trouxe algum incómodo.
O objetivo do fundo na verdade é levar os investidores a apostar em seguros de vida de norte-americanos. As contas são feitas com referência a cidadãos entre os 72 e os 85 anos, que têm de dar provas regulares sobre os seus dados de saúde. Quanto mais cedo estas pessoas morrerem, mais depressa o fundo deixa de pagar os respectivos seguros, obtendo assim mais dividendos.

Como referi acima, ganhar dinheiro com a morte de outros é algo que não é novo mas fazê-lo como ferramenta de troca financeira pura, já demonstra a falta de bom senso que graza por aí e é exatamente esta que me incomoda. Investir num fundo que aposta em índices de mortalidade é uma forma de financiar companhias de seguros e ajudá-las ainda mais a "fugir" às responsabilidades assumidas.

É preocupante verificar estas tendências, porque uma coisa é andar a investir em Marte ou em terrenos na Lua, outra é criar este tipo de negócios, porque "ora vamos lá ver" em última instância um fundo de pensões duma empresa pode querer comprar este fundo de seguros que aposta na morte dos próprios funcionários (no mínimo moralmente discutível).

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