1/4 Século de Compact Disc

Um quarto de século depois do nascimento e de um sucesso sem paralelos nos anos 90, o pequeno disco prateado parece ter os dias contados. O MP3 e a Internet são os grandes culpados deste declínio já anunciado por Bill Gates.


O Compact Disc (CD) que acabou de cumprir a bonita idade de 25 primaveras foi uma criação conjunta da Sony e da Philips. O nascimento foi a 17 de Agosto de 1982 numa fábrica em Langhenhagen, perto da cidade alemã de Hanover, a comercialização só aconteceu três meses depois, fazendo as delícias de milhões de melómanos um pouco por todo o mundo.

Esse dia ficou para a história por ter marcado definitivamente a passagem do universo analógico – dominado pelos discos de vinil e as cassetes de áudio –, para do digital, onde o CD se tornou rei e senhor, especialmente na década de 90 do século XX, quando o vinil deixou praticamente de existir.

Hoje o cenário não é tão risonho, com uma cada vez maior variedade de suportes rivais, onde a Internet e o MP3 têm um papel preponderante. Embora o CD tenha alguns “irmãos” mais actuais como o HD DVD e o Blue-Ray, os tempos mudaram.

Como a maior parte das criações futuristas também o CD foi alvo de desconfianças e quando foi posto à venda em Novembro de 1982 poucos acreditavam no seu sucesso, nem os “progenitores” escondiam algum cepticismo:
“Nunca imaginámos que um dia as indústrias informáticas e de entretenimento optariam pelo CD”, lembrou Pieter Kramer, funcionário da Philips. Na altura começaram por ser comercializados apenas 150 títulos musicais.

Contudo a evolução tecnológica devorou a sua própria criação e o filho pródigo de ontem é o inimigo de hoje. São cada vez mais as distribuidoras que querem libertar-se dos suportes físicos e apostam tudo na Internet, onde em sites autorizados como o ITunes se podem comprar músicas com qualidade idêntica à dos CD. O mesmo serve para os jogos e outros conteúdos informáticos que começam a prescindir do formato físico em prol dos downloads pagos.

Lucas Covers, director de marketing da Philips continua a defender a sua criação recordando que o CD já provou o seu valor, quando passou a levar aos consumidores “música da mais alta qualidade sem cortes nem interrupções” e que deverá continuar vivo durante muitos e longos anos.

Um quarto de século depois os críticos apontam exactamente a fragilidade como o grande calcanhar de Aquiles da criação nascida na Holanda, alegando que os CD se riscam com facilidade quando era suposto serem praticamente indestrutíveis.

Assim sendo, o fim da era CD parece estar já anunciado, restando só saber quando é que o pequeno disco fechará os olhos e dará em definitivo lugar ao MP3 e aos downloads feitos a partir da Internet.

Assim se fez o CD
- Em 1979 a Philips e a Sony decidiram que o CD iria ter 115 milímetros de diâmetro, o suficiente para armazenar uma hora de gravação.
- Pouco depois os engenheiros conseguiram comprimir os dados o suficiente para que o CD pudesse armazenar 74 minutos, ou seja a 9º Sinfonia de Beethoven completa.
- Em Junho de 1980 a Sony e a Philips publicaram o “Livro Encarnado”, onde escreveram todas as especificações técnicas que os CD e CD-ROM deviam ter.
- O primeiro CD que saiu da fábrica da Philips, a 17 de Agosto de 1982, foi “The Visitors” dos “ABBA”.
- Em 1985 os “Dire Straits” tornaram-se na primeira banda a adoptar o CD como o suporte exclusivo para todos os seus álbuns. Atitude arrojada, pois na altura os títulos existentes em suporte digital não iam além do milhar.
- Em 1986 os reprodutores de CD já se vendiam em maior número do que os analógicos, dois anos mais tarde o CD era o suporte mais vendido no mundo.

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