Mais um exercício antropológico

Não é de estranhar muito, pois todos recebemos carradas de mails da treta sobre as diferenças entre homens e mulheres. Eu até nem sequer costumo comentar muito o tema, pois acho que as pessoas não gostam de tentar entender o meu ponto de vista sobre o assunto, mas....

acontece que recebi as seguintes piadinhas:

"O DIÁRIO DELA
No Sábado à noite ele estava estranho. Combinámos encontrarmo-nos no bar para tomar um copo. Passei a tarde toda nas compras com as minhas amigas e pensei que pudesse ser por minha culpa, porque me atrasei um bocadinho, mas ele não fez grandes comentários.

A conversa não estava muito animada, de maneira que pensei em irmos a um lugar mais íntimo para podermos conversar mais em privado. Fomos a um restaurante e ele AINDA a agir de modo estranho. Tentei animá-lo e comecei a pensar se seria por minha causa ou outra coisa qualquer.
Perguntei-lhe, e ele disse que não era eu.

Mas não fiquei muito convencida. No caminho para casa, no carro, disse-lhe que o amava muito e ele limitou-se a pôr-me braço por cima dos ombros. Não sei que raio quis dizer com isso, porque não disse que me amava também, nem nada, e estava a ficar mesmo preocupada. Finalmente chegámos a casa e eu já estava a pensar se ele me iria deixar!

Por isso tentei fazê-lo falar, mas ele ligou a televisão, e sentou-se com um olhar distante que parecia estar a dizer-me que estava tudo acabado entre nós.
Por fim, embora relutante, disse que me ia deitar.

Mais ou menos 10 minutos depois ele veio também e, para minha surpresa, correspondeu aos meus avanços e fizemos amor. Mas ainda parecia muito distraído, e depois quis confrontá-lo e falar sobre isso, mas comecei a chorar e chorei até adormecer.

Já não sei o que fazer. Tenho quase a certeza que ele tem alguém e que a minha vida é um autêntico desastre.
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O DIÁRIO DELE

O Benfica apanhou três secos do Boavista ... Mas dei uma queca."


Este primeiro exemplo é indubitavelmente um bom exercício, que nos aproxima da diferença de formas de estar e pensar, mas ao mesmo tempo retrata a forma como a comunicação sincera pode resolver problemas e em como as nossas atitudes (acções) provocam sempre alteração nas pessoas com quem partilhamos algo (reacções) - a partilha é no sentido global, não apenas restrita à relação emocional -



Vejamos o segundo caso:
"Olá! Conta-me...Como correu o teu encontro na outra noite?

- Horrível! Não sei o que se passou!

- Porquê?... Não te deu nem um beijo?

- Sim!!!...Beijou-me tão forte! E mordeu-me os lábios com tanta força que
pensei que me ia saltar o implante de colagénio!... Depois começou a
acariciar-me o cabelo e soltaram-se algumas extensões que tinha.

- Não me digas que terminou aí?

- Nãooo...!! Depois agarrou-me a cara entre as mãos, até que tive que
lhepedir para parar porque estava a espalhar o botox! Além disso, as
minhas pestanas postiças ficaram coladas no seu nariz.

- E não tentou mais nada?

- Sim...começou a fazer-me festas nas pernas. Tive que o travar porque me
lembrei que não tinha tido tempo de fazer a depilação, e ao tentar
pará-lo, saltaram-me duas unhas postiças. Depois deu-lhe um ataque de
luxúria arrebatador e abraçou-me com tanta força que quase mudou a forma
dos meus implantes de silicone.

- E depois o que aconteceu?

- Pôs-se a beber champanhe do meu sapato!

- Ai...que romântico!!!

- Romântico?...quase que morre ali mesmo!

- Porquê?

- Porque engoliu o corrector de joanetes e quase que sufocou!

- E depois, o que aconteceu?

- Acreditas que se foi embora???

- Cá para mim, era maricas!..."


Aqui não é uma conversa entre sexos distintos, mas sim entre duas pessoas do mesmo sexo. Contudo o assunto é sobre a relação (ou tentativa) de uma das interlocutoras com um homem. Vemos aqui uma percepção totalmente distinta da realidade, mas em que a convicção do certo e do errado depende unica e exclusivamente da pessoa que viveu a experiência. Curioso é ver que se fosse um homem a comentar a conversa, provavelmente exageraria na sua performance ao longo da história.

Na senda da auto-descoberta, é muito interessante estudar-mo-nos a nós próprios. Chegamos a conclusões extraordinárias.

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