História (para o futuro)

Se há momentos importantes, daqueles em que tu sabes no presente que vão fazer parte da história, pela sua dimensão, impacto, força, enfim pela sua relevância em como vão mudar as nossas vidas daí em diante, eu considero este:

Embriões humano-animal legalizados


um deles.

Numa decisão histórica e após um aceso mas civilizado debate de várias horas, os deputados britânicos decidiram, hoje ao fim da tarde, por 336 votos contra 176, aprovar a geração de embriões mistos de humano e animal, o primeiro ponto crucial da futura nova lei sobre fertilização humana e embriologia.

Os embriões híbridos podem ser de diversos tipos: “cíbridos”, obtidos introduzindo o núcleo de uma célula humana adulta (com todo o seu ADN) num ovócito de animal (de vaca) esvaziado do seu próprio núcleo; os embriões humanos transgénicos, obtidos inserindo genes animais em embriões humanos; as “quimeras”, obtidas introduzindo células animais num embrião humano – e os híbridos verdadeiros, cruzamentos de gâmetas (espermatozóides ou ovócitos) humanos e animais. Aliás, a derradeira prova da abertura de espírito dos deputados foi o facto de terem também votado, por 286 votos contra 223, contra uma proposta de proibir a geração destes híbridos verdadeiros. Claro que os embriões só poderão ser fabricados se se provar previamente que a investigação para a qual vão contribuir é necessária e útil. E, seja qual for o tipo de embrião híbrido gerado, apenas será permitido desenvolverem-se durante 14 dias e nunca serão implantados no útero de uma mulher ou de um animal.

Mas a categoria mais importante para os cientistas é a dos cíbridos, que são 99,9 por cento humanos e 0,1 por cento animais, porque a possibilidade de os produzir vem suprir a escassez de embriões humanos, vindos dos protocolos de fertilização in vitro, que tem dificultado a investigação médica na área das famosas células estaminais embrionárias (CEE) humanas. Graças à nova lei, os cientistas vão poder utilizar ovócitos de animais (muito mais abundantes) para tentar derivar, destas bolinhas de células, as ditas CEE humanas que consideram indispensáveis para estudar, no laboratório, doenças incuráveis como o Alzheimer e muitas outras.

As CEE podem dar origem a todo o tipo de tecidos – cardíaco, cerebral, etc. - e, se for bem sucedida, esta via de investigação científica tem o potencial de permitir um dia salvar a vida a milhões de pessoas.

O projecto de lei tem gerado muita controvérsia na Grã-Bretanha, principalmente por parte da Igreja Católica. Mas tanto o primeiro-ministro, Gordon Brown, como o seu concorrente directo, o líder dos conservadores David Cameron – e os muitos outros deputados que hoje votaram em consciência –, consideraram que não podiam deixar fugir a oportunidade de revolucionar a medicina humana. Gordon Brown tinha ainda uma razão pessoal para votar, uma vez que tem um filho pequeno com mucoviscidose – uma grave doença hereditária das vias respiratórias cujas vítimas morrem muito novas.

Portanto, preparem-se!
Isto já é uma realidade e vai cá chegar!!! Um ou outro dia....mas antes ainda vem o nuclear!!! ahhh pois é!! não pensem que me esqueci disso!!

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