nuclearices

No passado, falei aqui na tasca sobre as autorizações em Conselho de Ministros referentes à utilização/viabilização de energia nuclear.
Como nestas coisas é preciso dar tempo, reparei na seguinte notícia:
"Catorze especialistas portugueses e estrangeiros em energia, maioritariamente favoráveis ao nuclear, reúnem-se hoje em Lisboa para uma conferência em que o assunto será debatido. Patrick Monteiro de Barros disse ao «Público» que não desiste do projecto.

Nenhum membro do Governo estará presente no encontro, mas é a entidade sob maior pressão neste momento, com vários sinais de movimentações de bastidores e de uma alegada disponibilidade para discutir o assunto.

O tom de rejeição com que reagiu há oito meses à primeira abordagem dos defensores do nuclear é agora menos perceptível. Alguns sectores governamentais falam em "hipótese" do nuclear, ideia que já está a causar alguma ansiedade no Ministério do Ambiente. Oficialmente, este declara que "o assunto não está em cima da mesa".
Manuel Pinho, ministro da Economia, ontem questionado pelo «Público», escusou-se a referir à questão -«Sobre esse assunto não falo» -, mas negou que uma central nuclear pudesse ser autorizada ao empresário Patrick Monteiro de Barros como contrapartida para a construção da refinaria de Sines, segundo informações que têm circulado nesse sentido. «A refinaria tem de ser julgada pelos seus méritos próprios», disse.
Quanto a Monteiro de Barros, inicia hoje o seu segundo «round» de pressão. A ideia do debate partiu deste empresário e de Pedro de Sampaio Nunes, responsável pela Enupor- Energia Nuclear de Portugal, que viram rejeitada há oito meses a proposta de construção de uma central nuclear, mas anunciaram logo então que não desistiriam de retomar o debate, afastado desde a marcha de Ferrel há 30 anos.
«Eu não vou desistir», reafirmava ontem, em declarações ao «Público», Monteiro de Barros, segundo o qual o Governo terá «um momento em que dirá sim ou não». O empresário considera que a resposta de há oito meses «primeiro foi um sim e depois um nim», mas qualquer que seja a decisão final, «o Governo é soberano».
Garante ainda que «não tem tido contactos com o Governo sobre esta matéria», tendo enviado dois documentos escritos aos quais não obteve resposta. No final de Junho de 2005, Monteiro de Barros e Sampaio Nunes propuseram a construção de um reactor nuclear no país, com um investimento de 3,5 mil milhões de euros, para 1600 megawatts de potência, mas sem identificar os potenciais investidores.
Localização possível então admitida foi a albufeira do Alqueva.
O projecto, a dez anos, foi recebido com contestação pelas organizações ambientalistas, alertando estas para o problema do destino dos resíduos e do desmantelamento, que a proposta também não especificava."
Apenas gosto de chamar a atenção para este tipo de movimentações que ocorrem quando toda a restante sociedade está "distraída", com o Futebol ou com a transladação da Irmã Lúcia, ou com a crise, ou com o IRS ou com etc...etc...etc...
Continuo a defender a utilização de energia nuclear para utilização doméstica e industrial - as economias de escala que se obtêm daí, são imensas e acima de tudo garantem alguma independência nacional perante as flutuações do mercado do petróleo.
Mas certamente novos capítulos haverão de suceder, por isso resta-me apenas aguardar e esperar para ver. :)

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