Vinha eu para o meu trabalinho diário com o meu cérebro ainda em estado de sobrevivência (aquele em que apenas tenho a capacidade para saber que se parar de respirar morro) e ouvi a nossa Antena 1 a dar uma importância do caraças à cena do G8.............realmente há coisas que me transcendem.
Aquilo não é mais do que um grupo de miúdos a brincarem aos países "ricos" a que se convencionou chamar de "G" (como o ponto das gajas - todos sabem falar dele, mas poucos sabem onde é). E pior do que isso é o fuzué que se faz pelas tomadas de posição de uma ou outra nação ou então a cambada de "activistas" (cá pra mim o louçã deve ter parte nisto) a reclamar por tudo e por nada, ou por nada e por tudo (porque lá aparece de tudo e mais umas botas).
Um exemplo de como estas coberturas televisivas e radiofónicas servem para "distrair" a suposta opinião pública (no meu entender, se não incluirmos o futebol é mais desopinião pública) é o simples facto de no passado dia 30 de Junho, em reunião de conselho de ministros terem sido aprovadas as seguintes medidas sobre energia nuclear:
  • Na generalidade, o Decreto-Lei que aprova o Sistema de Monitorização Ambiental do Grau de Radioactividade, de acordo com a recomendação da Comissão Europeia, de 8 de Junho de 2000 (COM /473/Euratom).
  • Na generalidade, o Decreto-Lei que cria a Comissão Independente para a Protecção Radiológica e Segurança Nuclea
  • Na generalidade, o Decreto-Lei que estabelece os valores de dispensa de declaração do exercício de práticas que impliquem risco resultante das radiações ionizantes e, bem assim, os valores de dispensa de autorização prévia para o exercício das mesmas actividades, transpondo as correspondentes disposições da Directiva n.º 96/29 Euratom do Conselho, de 13 de Maio.
  • Na generalidade, o Decreto-Lei que transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º 2003/122/Euratom do Conselho, de 22 de Dezembro de 2003, relativa ao controlo de fontes radioactivas seladas de actividade elevada e de fontes órfãs e estabelece o regime de protecção das pessoas e do ambiente contra os riscos associados à perda de controlo, extravio, acidente ou eliminação resultantes de um inadequado controlo regulamentar das fontes radioactivas.

Eu acho que se aquela suposta "jornalista" (desculpem todos aqueles a que posso ferir susceptibilidades) da Fátima Campos Ferreira tivesse atenta já tinha lançado para aí um daqueles programas em que todos falam, menos os convidados, e se condiciona o comportamento social sobre determinado assunto.

Mas, como há a conferência dos G8 e isso é tudo muito mais importante que determinar os impactos (positivos e negativos) sobre uma fonte de independência energética, temos de esperar até que não haja assuntos polémicos que garantam audiência suficiente para que se pegue nestas medidas que o governo, aos poucos e devagarinho, vai introduzindo na legislação portuguesa.

Até ver, pouca atenção se tem dado a isto, mas provavelmente para se fazer alguma coisa neste país terá de ser assim mesmo.

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